Encerramento do Ano Santo da Misericórdia
- Por Dom Agenor Girardi - 17/11/2016
A Misericórdia de Deus nos leva à Missão.
Vivenciamos
um ano singular! Convidados pela Mãe Igreja a deixar que a Misericórdia de Deus
Pai, Filho e Espírito Santo renove nosso coração, nossas relações e nosso
compromisso com o Seu Reino.
O olhar misericordioso de Jesus nas
várias situações da vida dava-se sempre no caminho, na estrada. Onde esse
coração pisasse era uma ocasião para amar. Os que a Ele acorriam estavam sempre
em saída, em busca, a procura... Isso nos leva a concluir que Jesus, o missionário
do Pai por excelência, revelou-nos uma boa noticia: Somos todos filhos muito
amados, e por isso somos alcançados em nossa realidade concreta.
O Prefácio da Oração Eucaristia VI - D, nos diz: “Vós nos destes vosso Filho Jesus Cristo, nosso Senhor e Redentor. Ele sempre cheio de misericórdia pelos pequenos e pobres, doentes e pecadores, colocando-se ao lado dos perseguidos e marginalizados. Com a vida e a palavra anunciou ao mundo que sois Pai e cuidais de todos como filhos”. O modo de Jesus mostrar a face de Deus é com a Vida e a Palavra, assim, nada escapava ao seu olhar, por que estava em constante saída, itinerância.
Nas inúmeras vezes que Jesus acolheu
as pessoas e revelou a misericórdia do Pai pelo perdão dos pecados, observa-se
uma restauração da dignidade filial e com isso, a capacidade de ser missionário
como Ele. Por isso o “VAI... A tua FÉ te salvou...”. O ato
de ir, anunciar, dar testemunho aos demais é próprio de um coração agradecido.
Neste Ano Santo que se finda, mas continua vivo, tivemos a
oportunidade de passar na Porta Santa de nossas Catedrais e Santuários, de
vivenciar o Sacramento da Reconciliação com Deus e com os irmãos e certamente,
como fruto de um coração agradecido, escutamos Jesus dizer: “Vai a tua fé de salvou”! Mediante esse
abraço amoroso podemos nos dispor a entrar nas “Portas Santas” de tantos irmãos
e irmãs, nos lugares que não imaginamos adentrar... “por que é muito diferente
do que estamos acostumados, por que é feio, tem mau cheiro e muitas vezes não
dá destaque”.
No próximo dia 20 o Papa fechará a Porta da Misericórdia em
Roma, porém o pontífice ressalta que “A porta da caridade nunca se fecha, a
misericórdia não tem fim”. É hora então de expressar em nossa vivência os
frutos dessa caminhada e abrir outras portas, entrar por mais que seja difícil
nas portas existenciais de nossa realidade concreta.
Pode ser a porta daquela comunidade mais simples de nossa
paróquia, a porta de tantas pastorais que estão a minguar por falta de
voluntários, a porta da Pastoral Social mais próxima de nós, da luta pela
cidadania, da justiça e paz, na luta pela integridade da criação... Assim, como
nos diz (e faz) o Papa Francisco: “Sermos uma Igreja em saída...” para colhermos
os frutos desse Ano Santo da Misericórdia. Amado Seja por toda parte o Sagrado Coração de
Jesus. Eternamente.
Frei Zequinha – MSC